O segundo F
Em dia de feriado religioso (sarcasticamente, diria que é das poucas coisas boas que a igreja católica proporciona aos cidadãos, independentemente da sua religião...), vejo-me a escrever sobre os "novos pecados" anunciados esta semana pelo vaticano.
Passar demasiado tempo a ver televisão, navegar na internet ou ler jornais acabam de ser considerados pelo Vaticano como “pecados”!
A estupidez é mesmo infinita e, ao longo da História, sempre encontrou especial albergue em algumas "eminências" da igreja católica.
Como nunca tinha conhecido outro Papa, além de João Paulo II (o Pinto da Costa não é para aqui chamado), estranhava quando o apelidavam de progressista. Apesar de ter uma boa imagem daquele homem, nunca o considerei progressista, bem pelo contrário, grande parte das "regras" ditadas pelo vaticano, durante o seu pontificado, eram claramente ultrapassadas e retrógradas face ao mundo actual, e logo, não eram cumpridas pelos fiéis. Mas, como diz o ditado, "atrás de mim virá, quem bom de mim fará".
Pelo comunicado do vaticano, não é certo se o que a igreja pretende é pôr os católicos a ler esse grande best seller que é a biblia, ou apenas evitar que, ao desfolhar um jornal, ver televisão ou navegar na internet, o incauto cidadão depare com mais uma notícia sobre práticas pedófilas por parte de sacerdotes, que se aproveitam do seu estatuto de "homens de Deus" para fazer o que não lembrava nem ao diabo. E o curioso é que, mesmo sendo um "convicto pecador" por tentar estar a par da actualidade, nunca li, vi ou ouvi qualquer notícia que indicasse a condenação na justiça de um destes sacerdotes. Nem a máfia faz um trabalho tão perfeito de protecção dos seus membros... e a máfia até castiga as "maçãs podres"...
Outra notícia que li há pouco, foi a de que o novo santuário de Fátima vai custar 40 milhões de euros (eu repito, quarenta milhões de euros - 8 milhões de contos, se preferirem), isto sem contar com o mobiliário!
Os crentes aguardaram décadas pela revelação do 3º segredo de fátima, mas para a igreja sempre foi claro que "O segredo é a alma do negócio".
Numa altura em que temos conhecimento que quase metade das receitas anuais do Estado são consumidas pelo funcionamento do próprio aparelho estatal, seria interessante saber qual é a percentagem de receitas da igreja que é consumida pela própria igreja, em demonstrações de opulência e esbanjamento, e qual a percentagem que é utilizada para a chamada obra social da igreja...
Será que através da leitura da biblia teremos resposta a esta questão?...