sexta-feira, dezembro 23, 2005

Quem matou o António?

Foi das perguntas mais ouvidas nos últimos tempos... um mistério que obrigou uma enorme percentagem da nossa população a ficar presa à TVI, fiel a uma trama que se arrastou... se prolongou... quase até ao limite do suportável.

Não vou entrar pelo já tão discutido tema da qualidade da nossa programação televisiva, do telelixo, dos realities, dos programas-light...

Até porque penso que as empresas que estão por trás dos canais televisivos, sendo entidades privadas com fins lucrativos, têm o dever de usar a estratégia que melhor lhes assegura a prossecução deses fins. E temos um canal, sustentado pelos portugueses que pagam impostos, que é suposto complementar a programação dos outros canais.

Não vou falar da carência dos portugueses a nível cultural...


Já perdi as esperanças de assistir a evoluções nesse campo!

Estou aqui para falar naquilo que as novelas têm de bom. A verdade é que a aposta que tem sido feita nos últimos anos em novelas e séries portuguesas (essencialmente pela TVI) tem tido um contributo enorme para o desenvolvimento do nosso teatro e cinema.


Há mais trabalho, surgem oportunidades para novos actores, têm surgido interessantes revelações, os jovens sentem-se incentivados a enveredar pelo teatro. E o publico em geral também acaba por se sentir mais motivado para assistir a teatro e a cinema protuguês, pois já conhece os actores da TV.

Apesar de continuarmos a ouvir queixas e lamentos constantes (que nunca deixarão de acompanhar os portugueses)... acho que o nosso teatro se tornou mais dinâmico nos últimos anos. E acho que a televisão (principalmente a TVI, que é sempre acusada de ter a programação mais... "rasca") tem uma responsabilidade importante nisso.